A entrega do Oscar de Melhor Filme a 'Moonlinght: Sob a Luz do Luar' (2016) na noite de ontem foi considerada por muitos uma surpresa. Além
de ter confundido os próprios apresentadores do prêmio, que
primeiramente entregaram o troféu aos produtores de 'La La Land' (2016),
a vitória desbancou as 14 indicações recebidas pelo musical dirigido
pelo cineasta Damine Chazelle. No entanto, apesar de raras, "zebras"
do tipo não são completamente inéditas na festa anual da Acâdemia de
Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Quando se trata
do Oscar, as pessoas assistem à cerimônia exatamente para ver quais
podem ser as surpresas. Embora haja favoritos em cada categoria, a
surpresa de assistir a uma “zebra” ganhar na sua categoria faz a
experiência se tornar ainda mais emocionante. Em alguns casos, revela
uma divisão na votação entre os membros da Academia, enquanto outras é o
resultado da campanha feroz feita pelo estúdio durante a temporada de
prêmios para garantir a votação. Qualquer que seja a causa, uma vitória
polêmica no Oscar sempre gera buzz (bom ou ruim) para o vencedor e ajuda
a garantir o seu lugar na história do cinema.
Aqui estão dez dos vencedores mais inesperados na história do Oscar.
Rocky: Um Lutador (1976), Melhor Filme
Sylvester
Stallone tem sido sinônimo de filmes de ação por décadas. Agora um
veterano do gênero, é surpreendente olhar para trás e descobrir que o
sucesso de sua carreira veio de um filme que ele escreveu e estrelou:
‘Rocky: Um Lutador’ (1976). O filme que lançou uma franquia (atualmente
com 8 longas-metragens, incluindo o próximo ‘Creed II’, juntamente com
um musical de curta duração na Broadway) sobre um lutador que enfrenta
grandes desafios no seu caminho pelo título de campeão recebeu o Oscar
de Melhor Filme na 49ª Cerimônia da Academia. Mas como o herói do
título, a produção aparentemente não tinha sido feita com essa pretensão
e do nada se tornou o filme de maior bilheteria de 1976 e foi nomeado
para um total de 10 Oscars.
Além
disso, na disputa estavam filmes altamente populares como ‘Rede de
Intrigas’, de Sidney Lumet, e ‘Todos os Homens do Presidente’, de Alan
J. Pakula, ambos dramas incisivos sobre a corrupção e influência da
televisão e do escândalo Watergate. Esse foi também o ano que a
obra-prima de Martin Scorsese, Taxi Driver, foi indicada na categoria de
Melhor Filme. Mas quando os envelopes foram abertos, Stallone ganhou de
Melhor Diretor e ‘Rocky’ conseguiu o prêmio mais esperado.
Talvez
tenha sido a onda de patriotismo que veio com o bicentenário americano
que influenciou os eleitores a ignorar os filmes cínicos sobre a mídia
americana, a turbulência política que o país atravessava e um solitário
psicótico cruzando as ruas imundas da cidade de Nova York, e em vez
disso premiou um filme sobre o sujeito que superou as probabilidades
através de trabalho árduo e determinação. Quaisquer que sejam as razões,
‘Rocky’ não era o favorito para vencer naquele ano e desde então tem
sido considerado como uma das maiores surpresas da história do Oscar.
Marisa Tomei, Melhor Atriz Coadjuvante
Com
uma vitória que foi duramente ridicularizada anos depois ao ponto de um
dos boatos mais repetidos ser o de que o apresentador Jack Palance leu o
nome errado, Marisa Tomei recebeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante
por seu papel na comédia ‘Meu Primo Vinny’. A comédia de 1992 sobre dois
nova-iorquinos acusados de assassinato e o advogado de estereótipo
italiano (Joe Pesci) que vem em defesa deles com sua namorada (Tomei)
não era exatamente o tipo de filme que tem apelo às indicações do Oscar.
Enquanto
a comédia foi bem recebida por público e críticos, sua indicação já era
considerada um uma escolha esquisita na categoria Melhor Atriz
Coadjuvante. Sua vitória final foi um choque. A competição na categoria
era realmente o que mantinha as pessoas se preguntando se a vitória
tinha sido legítima: as outras indicadas incluíam a atriz veterana
Vanessa Redgrave por seu papel em ‘Retorno a Howards End’ e a
performance intensa de Judy Davis em ‘Maridos e Esposas’ de Woody Allen.
Considerando
que Palance parecia instável no palco naquela noite, o crítico de
cinema Rex Reed ajudou a espalhar um boato, publicado no dia seguinte,
que Palance simplesmente chamou o último nome que ele se lembrava.
Embora seja uma afirmação falsa, a vitória de Tomei ajudou a atriz a
conseguir vários papéis cômicos e em filmes independentes nos anos
seguintes, antes de ser indicada mais duas vezes para Melhor Atriz
Coadjuvante na década de 2000, desta vez por papéis dramáticos.
Anna Paquin, Melhor Atriz Coadjuvante
Aos
11 anos, Anna Paquin tornou-se a segunda mais jovem vencedora de um
Oscar por seu papel em ‘O Piano’ (1993). Situada na Nova Zelândia do
século 19, a história segue a vida de uma mulher muda (Holly Hunter) que
é vendida pelo seu pai em casamento a um homem rico(Sam Neill).
Trazendo
sua filha (Paquin) na viagem, a mulher sofre quando seu amado piano é
trocado por seu marido. Ela acaba tendo um caso com o homem (Harvey
Keitel) para quem o piano foi negociado. Um filme estranho e assustador
que foi elogiado criticamente após o lançamento, ganhando o Palm D'or em
Cannes para a diretora Jane Campion e Holly Hunter escolhida como
Melhor Atriz.
Tendo praticamente nenhuma experiência de atuação,
Paquin ganhou o papel em um teste aberto com mais de cinco mil
candidatas na Nova Zelândia. Enquanto seu desempenho no filme seja
surpreendentemente maduro para uma atriz novata, e ‘O Piano’ tenha sido
um filme aclamado (indicado para 8 Oscars naquele ano), Paquin não era
nem um pouco a favorita para ganhar de Melhor Atriz Coadjuvante.
As
outras atrizes na categoria incluíram Holly Hunter (por outro filme,
já que por ‘O Piano’, ela estava indicada na categoria Melhor Atriz),
Winona Ryder e Emma Thompson, que era, todas atrizes estabelecidas no
show business. Enquanto inicialmente ela não pretendia continuar sua
carreira de atriz, o prêmio abriu um monte de portas para Anna Paquin.
Ela continua uma carreira bem sucedida no cinema e na televisão até
hoje. Mas no início de 1993, ninguém poderia ter suspeitado que a
indicada ao Oscar aos 11 anos teria uma carreira à frente dela.
Mira Sorvino, Melhor Atriz Coadjuvante
A
categoria de Melhor Atriz Coadjuvante parece ser um pára-raios para
vencedores inesperados na década de 1990, e isso continuou na 68ª
cerimônia da Academia em 1996. Num ano ferozmente competitivo na
categoria repleta de atrizes de filmes altamente respeitados como
‘Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo’ e ‘Nixon’, e com favoritas sólidas
como Kate Winslet e Joan Allen, poucos colocaram suas apostas em Mira
Sorvino levando para casa o Oscar por seu papel como a prostituta na
comédia ‘Poderosa Afrodite’, de Woody Allen.
E, no entanto, quando
chegou a hora do prêmio ser anunciado, não foram Kate ou Joan ou a
atriz veterana Kathleen Quinlan chamadas para o palco, mas Sorvino.
Poderia ter sido o resultado de uma divisão dos eleitores entre as
indicadas mais fortes que trouxe o caminho do Oscar para Mira Sorvino
naquela noite, mas foi certamente uma vitória inesperada por críticos e
pelo público (até porque o escândalo de Woody Allen com a sua enteada
ainda estava bem fresco na memória de todos naquela época).
Cuba Gooding Jr., Melhor Ator Coadjuvante
‘Jerry
Maguire: A Grande Virada’ não é um filme que se associe a uma vitória
na premiação da Academia. Hoje, todo o prestígio do longa de Cameron
Crowe foi para a lama depois que o website Everything is Terrible!
coletou 14 mil cópias VHS do filme para construir uma pirâmide, e também
após reavaliações críticas do filme que os espectadores afirmam ser “um
melodrama bastante superficial cheio de momentos cafonas”.
Na
época, em 1996, no entanto, foi indicado para 5 Oscars, incluindo Melhor
Filme, Melhor Ator e Melhor Edição. Apesar de não ganhar em nenhuma
dessas categorias, Cuba Gooding Jr ganhou como Melhor Ator Coadjuvante
na 69ª cerimônia da Academia em 1997. E apesar de não ter recebido
tantas críticas ruins durante seu lançamento (elas só vieram anos
depois), a vitória de Gooding Jr ainda era vista como uma surpresa. No
contexto, isso é compreensível: ele estava enfrentando uma competição
pesada naquele ano. Entre o talentoso recém-chegado Ed Norton, o
favorito William H. Macy, e James Woods, ninguém esperava que seria
Gooding a pegar o Oscar naquela noite.
Mas quando conseguiu, ele
fez um memorável discurso que culminou em gritar sobre a música que
estava tocando para indicar o término daquele momento todo o seu amor
pelos envolvidos, atraindo aplausos de pé da multidão. Talvez só por
esse momento inesperado já valesse a pena ele ganhar o prêmio.
‘Shakespeare Apaixonado’ (1998), Melhor Filme
Possivelmente
a vitória mais notória na história da Academia, ‘Shakespeare
Apaixonado’ - a comédia romântica histórica que ultrapassa tanto a
biografia de William Shakespeare que poderia ser considerada fantasia -
ganhou o Oscar de Melhor Filme. Embora um filme bastante agradável, é
difícil acreditar que de encontro à competição tão forte como ‘A Vida é
Bela’, ‘Elizabeth’, ‘Além da Linha Vermelha’, e (especialmente) ‘O
Resgate do Soldado Ryan’, seria ‘Shakespeare Apaixonado’ o vencedor do
grande prêmio aquele ano. Mas sua vitória faz mais sentido se você sabe
alguma coisa sobre o gigante que dominou Hollywood na década de 1990
chamado Harvey Weinstein.
Weinstein
- que era dono do estúdio independente Miramax e apresentava filmes
independentes para o grande público - era um empreendedor implacável
cuja boca suja e comportamento agressivo haviam intimidado inúmeros
produtores, diretores e atores durante o auge de seu reinado. E durante a
temporada de prêmios em 1999, como em muitas temporadas que o
precederam naquela década, Weinstein estava focado em receber um Oscar.
Seu projeto naquele ano, ‘Shakespeare Apaixonado’, era o foco e ele
queria tantas vitórias quanto possível. Assim, como relatado no
excelente livro ‘Down and Dirty Pictures’, de Peter Biskind, Weinstein
fez uma campanha furios pelo filme dentro da indústria e entre os
eleitores da Academia.
Afinal, se ele tinha conseguido “forçar” os
eleitores a premiar ‘O Paciente Inglês’ (1996) como Melhor Filme poucos
anos antes, por que não este? O resultado? Em vez do realismo
contundente de ‘O Resgate do Soldado Ryan’, de Spielberg, ou o tratado
meditativo de Terrence Malick sobre a guerra em ‘Além da Linha
Vermelha’, a comédia leve ‘Shakespeare Apaixonado’ ganhou não apenas
como Melhor Filme e Melhor Atriz (Gwenyth Paltrow desbancou Meryl
Streep, Cate Blanchett e Fernanda Montenegro), mas também nas categorias
Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Original.
‘Chicago’ (2002), Melhor Filme
Um
musical garante uma indicação de melhor filme no século 21. Isso soa
como uma previsão para as indicações do Oscar este ano (2017), mas não
era tão comum em 2003. ‘Chicago’, o musical da Broadway, tornou-se filme
de grande sucesso, foi um estouro na bilheteria e um deleite para a
platéia, mas seus méritos cinematográficos são, na melhor das hipóteses,
questionáveis. Enquanto suas vitórias naquela noite em certas
categorias não são uma surpresa (Melhor Mixagem de Som e Direção de
Arte, entre outros), a categoria Melhor Filme não era esperada trazer
uma estatueta para o longa.
Um
filme animado, ‘Chicago’ tinha como competidores: ‘O Pianista’, ‘O
Senhor dos Anéis: As Duas Torres’, ‘Gangues de Nova York’ e ‘As Horas’,
mas o musical acabou triunfando sobre esses filmes de grande orçamento e
prestígio. E isso graças a outra campanha forte de Harvey Weinstein,
‘Chicago’ foi indicado para surpreendentes 12 categorias na 75ª
cerimônia da Academia. Um enorme sucesso de bilheteria, sua arte
cinematográfica era tecnicamente atraente, mas não se destacava.
Talvez
tenha sido uma escolha apropriada na sequência do clima desanimador nos
Estados Unidos depois de um ano difícil - incluindo uma guerra contínua
no Iraque e no Afeganistão, outro desastre do ônibus espacial e uma
recessão em curso - que este pedaço de escapismo conquistou O Oscar
nesse ano.
Adrien Brody, Melhor Ator
Não
é uma afirmação controversa dizer que Adrien Brody é um bom ator, mas
que sua atuação como o músico Władysław Szpilman - que sobreviveu à
ocupação nazista de Varsóvia e ao Holocausto - não foi muito boa em ‘O
Pianista’ (2002). Seus concorrentes na categoria eram atores realmente
lendários: Michael Caine, Nicolas Cage, Daniel-Day Lewis e Jack
Nicholson. Então foi uma surpresa quando Brody ganhou, sendo ele o mais
novo vencedor na categoria Melhor Ator na história do prêmio. Ao subir
no palco para receber seu Oscar, ele plantou um beijo longo na
apresentadora da categoria, Halle Berry, e fez eu um discurso realmente
animado.
E
olhando para a sua concorrência, é realmente surpreendente que ele
tenha ganhado: Nicolas Cage fez possivelmente a melhor performance de
sua carreira em ‘Adaptação’; Daniel-Day Lewis, que foi nomeado pelo
papel eletrizante como Bill "The Butcher" Cutting em ‘Gangues de Nova
York’; Jack Nicholson como um aposentado em crise em ‘As Confissões de
Schmidt’; E Michael Caine como um jornalista cobrindo a guerra francesa
no Vietnã no início dos anos 1950 no filme ‘O Americano Tranqüilo’.
Entre
os pedigrees desses atores e a força de seus trabalhos, ninguém teria
adivinhado que o jovem ia sair com uma estatueta naquela noite. Na
melhor das hipóteses, muitos pensaram que era uma honra ele ter sido
sequer indicado.
‘Crash: No Limite’ (2005), Melhor Filme
Tem
havido muitas vitórias questionáveis na categoria Melhor Filme na
história do Oscar, mas nenhuma delas foi tão amplamente discutida como a
vitória de ‘Crash: No Limite’. O filme - uma parábola do gênero sobre
racismo - tem um grupo diversificado de personagens durante um período
de dois dias em Los Angeles, em que todos eles se envolvem em conflitos
interpessoais xenófobos e racistas.
O
filme conseguiu a maioria de opiniões positivas e foi um sucesso de
bilheteria, mas a sua falta de destaque na temporada de premiações
sugeria que não teria muitos ganhos no Oscar no início do ano seguinte.
Mas foi indicado para seis Oscars, incluindo Melhor Diretor e Melhor
Roteiro. E, em uma das grandes surpresas da noite, recebeu o prêmio como
Melhor Filme.
Existem algumas controvérsias em torno de sua
vitória. A primeira foi o seu concorrente mais forte daquele ano, ‘O
Segredo de Brokeback Mountain’, com acusações de que ‘Crash’ era uma
escolha "segura" contra um filme que retratava um caso de amor gay. Além
disso, foi contra outros fortes concorrentes como ‘Capote’ (pelo qual
Philip Seymour Hoffman recebeu a estatueta de Melhor Ator) e ‘Munique’,
de Steven Spielberg.
A segunda veio depois de revisões críticas
posteriores da qualidade geral de ‘Crash’, citando caracterizações
estereotipadas de raça e que, como mencionado anteriormente, era um
filme mais fraco do que sua concorrência. Até mesmo o diretor do filme,
Paul Haggis, declarou em 2015 que o filme não deveria ter ganho. Mas
aconteceu, e ele entrou para a história como um dos mais surpreendentes e
controversos vencedores da categoria principal do Oscar.
‘Argo’ (2012), Melhor Filme
Ben
Affleck é uma figura polarizadora: enquanto alguns apreciam seu
trabalho e produção cinematográfica, outros o acham presunçoso, tendo
estrelado mais filmes ruins do que bons. Talvez esta última visão seja
porque Affleck tem deixado um pouco de lado seu trabalho como ator e
esteja mais dedicado à carreira de diretor.
Depois
de dois filmes bem recebidos (‘Medo da Verdade’, de 2007, e ‘Atração
Perigosa’, de 2010), Affleck resolveu dirigir o drama histórico ‘Argo’.
Baseado em uma história verídica (embora fortemente dramatizada), o
enredo segue uma operação da CIA para enganar autoridades iranianas a
pensar que eles estão interessados em produzir um filme em seu país,
quando na verdade, eles usam isso como uma estratégia para resgatar
americanos trabalhadores presos em Teerã no final dos anos 70 e início
dos anos 80. Com a ajuda de um produtor de Hollywood, conseguem
falsificar o desenvolvimento de um filme de ficção científica (o ‘Argo’
do título) e se infiltrar no país para resgatar os trabalhadores da
embaixada.
Um sucesso de crítica e de bilheteria, o filme chegou
ao "Top 10" de muitos críticos naquele ano. E, sorte dele, três anos
antes a categoria de Melhor Filme tinha sido expandida para incluir mais
de cinco indicados - agora com nove concorrentes. Sua vitória foi uma
surpresa, já que os outros indicados incluíam ‘Indomável Sonhadora’, o
popular ‘O Lado Bom da Vida’ (pelo qual Jennifer Lawrence ganhou de
Melhor Atriz), o drama histórico de Spielberg, ‘Lincoln’ (Daniel-Day
Lewis ganhou como Melhor Ator por sua interpretação do 16º presidente),
As Aventuras de Pi (Ang Lee ganhou como Melhor Diretor), e ‘Django
Livre’, de Quentin Tarantino (que ganhou de Melhor Roteiro Original e
Melhor Ator Coadjuvante para Christoph Waltz). Contra esses filmes
magistrais, o blockbuster de Affleck não parecia ter nenhuma chance, mas
acabou levando a estatueta.
Embora inicialmente bem recebido,
olhando para trás o filme está repleto de imprecisões históricas. Além
disso, ao minimizar o papel da Embaixada do Canadá no resgate, sugerir
que os governos britânico e neozelandês recusaram ajuda a CIA quando
eles pediram (o que não aconteceu, pois eles apoiaram ativamente a
missão) e o retrato negativo dos iranianos, o filme conseguiu ofender
todos os países envolvidos. Mas isso é entretenimento: nunca deixe os
fatos ficarem no caminho de uma boa história. E enquanto ‘Argo’ seja um
bom entretenimento, certamente não foi o Melhor Filme daquele ano - ou
de qualquer outro ano.
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