segunda-feira, 6 de março de 2017

As maiores zebras da história do Oscar

A entrega do Oscar de Melhor Filme a 'Moonlinght: Sob a Luz do Luar' (2016) na noite de ontem foi considerada por muitos uma surpresa. Além de ter confundido os próprios apresentadores do prêmio, que primeiramente entregaram o troféu aos produtores de 'La La Land' (2016), a vitória desbancou as 14 indicações recebidas pelo musical dirigido pelo cineasta Damine Chazelle. No entanto, apesar de raras, "zebras" do tipo não são completamente inéditas na festa anual da Acâdemia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

Quando se trata do Oscar, as pessoas assistem à cerimônia exatamente para ver quais podem ser as surpresas. Embora haja favoritos em cada categoria, a surpresa de assistir a uma “zebra” ganhar na sua categoria faz a experiência se tornar ainda mais emocionante. Em alguns casos, revela uma divisão na votação entre os membros da Academia, enquanto outras é o resultado da campanha feroz feita pelo estúdio durante a temporada de prêmios para garantir a votação. Qualquer que seja a causa, uma vitória polêmica no Oscar sempre gera buzz (bom ou ruim) para o vencedor e ajuda a garantir o seu lugar na história do cinema.  

Aqui estão dez dos vencedores mais inesperados na história do Oscar.

Rocky: Um Lutador (1976), Melhor Filme
Rocky: Um Lutador (1976) (Foto: Divulgação)
Sylvester Stallone tem sido sinônimo de filmes de ação por décadas. Agora um veterano do gênero, é surpreendente olhar para trás e descobrir que o sucesso de sua carreira veio de um filme que ele escreveu e estrelou: ‘Rocky: Um Lutador’ (1976). O filme que lançou uma franquia (atualmente com 8 longas-metragens, incluindo o próximo ‘Creed II’, juntamente com um musical de curta duração na Broadway) sobre um lutador que enfrenta grandes desafios no seu caminho pelo título de campeão recebeu o Oscar de Melhor Filme na 49ª Cerimônia da Academia. Mas como o herói do título, a produção aparentemente não tinha sido feita com essa pretensão e do nada se tornou o filme de maior bilheteria de 1976 e foi nomeado para um total de 10 Oscars.
Sylvester Stallone na cerimônia do Oscar em 1977 (Foto: Reprodução / YouTube)
Além disso, na disputa estavam filmes altamente populares como ‘Rede de Intrigas’, de Sidney Lumet, e ‘Todos os Homens do Presidente’, de Alan J. Pakula, ambos dramas incisivos sobre a corrupção e influência da televisão e do escândalo Watergate. Esse foi também o ano que a obra-prima de Martin Scorsese, Taxi Driver, foi indicada na categoria de Melhor Filme. Mas quando os envelopes foram abertos, Stallone ganhou de Melhor Diretor e ‘Rocky’ conseguiu o prêmio mais esperado.

Talvez tenha sido a onda de patriotismo que veio com o bicentenário americano que influenciou os eleitores a ignorar os filmes cínicos sobre a mídia americana, a turbulência política que o país atravessava e um solitário psicótico cruzando as ruas imundas da cidade de Nova York, e em vez disso premiou um filme sobre o sujeito que superou as probabilidades através de trabalho árduo e determinação. Quaisquer que sejam as razões, ‘Rocky’ não era o favorito para vencer naquele ano e desde então tem sido considerado como uma das maiores surpresas da história do Oscar.

Marisa Tomei, Melhor Atriz Coadjuvante
Marisa Tomei em 'Meu Primo Vinny' (1992) (Foto: Divulgação)
Com uma vitória que foi duramente ridicularizada anos depois ao ponto de um dos boatos mais repetidos ser o de que o apresentador Jack Palance leu o nome errado, Marisa Tomei recebeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel na comédia ‘Meu Primo Vinny’. A comédia de 1992 sobre dois nova-iorquinos acusados ​​de assassinato e o advogado de estereótipo italiano (Joe Pesci) que vem em defesa deles com sua namorada (Tomei) não era exatamente o tipo de filme que tem apelo às indicações do Oscar.
Marisa Tomei na cerimônia do Oscar em 1993 (Foto: Reprodução / YouTube)
Enquanto a comédia foi bem recebida por público e críticos, sua indicação já era considerada um uma escolha esquisita na categoria Melhor Atriz Coadjuvante. Sua vitória final foi um choque. A competição na categoria era realmente o que mantinha as pessoas se preguntando se a vitória tinha sido legítima: as outras indicadas incluíam a atriz veterana Vanessa Redgrave por seu papel em ‘Retorno a Howards End’ e a performance intensa de Judy Davis em ‘Maridos e Esposas’ de Woody Allen.

Considerando que Palance parecia instável no palco naquela noite, o crítico de cinema Rex Reed ajudou a espalhar um boato, publicado no dia seguinte, que Palance simplesmente chamou o último nome que ele se lembrava. Embora seja uma afirmação falsa, a vitória de Tomei ajudou a atriz a conseguir vários papéis cômicos e em filmes independentes nos anos seguintes, antes de ser indicada mais duas vezes para Melhor Atriz Coadjuvante na década de 2000, desta vez por papéis dramáticos.

Anna Paquin, Melhor Atriz Coadjuvante
Anna Paquin em 'O Piano' (1993) (Foto: Divulgação)
Aos 11 anos, Anna Paquin tornou-se a segunda mais jovem vencedora de um Oscar por seu papel em ‘O Piano’ (1993). Situada na Nova Zelândia do século 19, a história segue a vida de uma mulher muda (Holly Hunter) que é vendida pelo seu pai em casamento a um homem rico(Sam Neill).
Anna Paquin na cerimônia do Oscar em 1994 (Foto: Reprodução / YouTube)
Trazendo sua filha (Paquin) na viagem, a mulher sofre quando seu amado piano é trocado por seu marido. Ela acaba tendo um caso com o homem (Harvey Keitel) para quem o piano foi negociado. Um filme estranho e assustador que foi elogiado criticamente após o lançamento, ganhando o Palm D'or em Cannes para a diretora Jane Campion e Holly Hunter escolhida como Melhor Atriz.
Tendo praticamente nenhuma experiência de atuação, Paquin ganhou o papel em um teste aberto com mais de cinco mil candidatas na Nova Zelândia. Enquanto seu desempenho no filme seja surpreendentemente maduro para uma atriz novata, e ‘O Piano’ tenha sido um filme aclamado (indicado para 8 Oscars naquele ano), Paquin não era nem um pouco a favorita para ganhar de Melhor Atriz Coadjuvante.

As outras atrizes na categoria incluíram Holly Hunter (por  outro filme, já que por ‘O Piano’, ela estava indicada na categoria Melhor Atriz), Winona Ryder e Emma Thompson, que era, todas atrizes estabelecidas no show business. Enquanto inicialmente ela não pretendia continuar sua carreira de atriz, o prêmio abriu um monte de portas para Anna Paquin. Ela continua uma carreira bem sucedida no cinema e na televisão até hoje. Mas no início de 1993, ninguém poderia ter suspeitado que a indicada ao Oscar aos 11 anos teria uma carreira à frente dela.

Mira Sorvino, Melhor Atriz Coadjuvante
Mira Sorvino em 'Poderosa Afrodite' (1996) (Foto: Divulgação)
Mira Sorvino na cerimônia do Oscar em 1996 (Foto: Reprodução / YouTube)
A categoria de Melhor Atriz Coadjuvante parece ser um pára-raios para vencedores inesperados na década de 1990, e isso continuou na 68ª cerimônia da Academia em 1996. Num ano ferozmente competitivo na categoria repleta de atrizes de filmes altamente respeitados como ‘Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo’ e ‘Nixon’, e com favoritas sólidas como Kate Winslet e Joan Allen, poucos colocaram suas apostas em Mira Sorvino levando para casa o Oscar por seu papel como a prostituta na comédia ‘Poderosa Afrodite’, de Woody Allen.

E, no entanto, quando chegou a hora do prêmio ser anunciado, não foram Kate ou Joan ou a atriz veterana Kathleen Quinlan chamadas para o palco, mas Sorvino. Poderia ter sido o resultado de uma divisão dos eleitores entre as indicadas mais fortes que trouxe o caminho do Oscar para Mira Sorvino naquela noite, mas foi certamente uma vitória inesperada por críticos e pelo público (até porque o escândalo de Woody Allen com a sua enteada ainda estava bem fresco na memória de todos naquela época).

Cuba Gooding Jr., Melhor Ator Coadjuvante
Cuba Gooding Jr. em ‘Jerry Maguire: A Grande Virada’ (1996) (Foto: Divulgação)
Cuba Gooding Jr. na cerimônia do Oscar em 1997 (Foto: Getty Images)
‘Jerry Maguire: A Grande Virada’ não é um filme que se associe a uma vitória na premiação da Academia. Hoje, todo o prestígio do longa de Cameron Crowe foi para a lama depois que o website Everything is Terrible! coletou 14 mil cópias VHS do filme para construir uma pirâmide, e também após reavaliações críticas do filme que os espectadores afirmam ser “um melodrama bastante superficial cheio de momentos cafonas”.
Na época, em 1996, no entanto, foi indicado para 5 Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Edição. Apesar de não ganhar em nenhuma dessas categorias, Cuba Gooding Jr ganhou como Melhor Ator Coadjuvante na 69ª cerimônia da Academia em 1997. E apesar de não ter recebido tantas críticas ruins durante seu lançamento (elas só vieram anos depois), a vitória de Gooding Jr ainda era vista como uma surpresa. No contexto, isso é compreensível: ele estava enfrentando uma competição pesada naquele ano. Entre o talentoso recém-chegado Ed Norton, o favorito William H. Macy, e James Woods, ninguém esperava que seria Gooding a pegar o Oscar naquela noite.
Mas quando conseguiu, ele fez um memorável discurso que culminou em gritar sobre a música que estava tocando para indicar o término daquele momento todo o seu amor pelos envolvidos, atraindo aplausos de pé da multidão. Talvez só por esse momento inesperado já valesse a pena ele ganhar o prêmio.

‘Shakespeare Apaixonado’ (1998), Melhor Filme
‘Shakespeare Apaixonado’ (1998) (Foto: Divulgação)
Possivelmente a vitória mais notória na história da Academia, ‘Shakespeare Apaixonado’ - a comédia romântica histórica que ultrapassa tanto a biografia de William Shakespeare que poderia ser considerada fantasia - ganhou o Oscar de Melhor Filme. Embora um filme bastante agradável, é difícil acreditar que de encontro à competição tão forte como ‘A Vida é Bela’, ‘Elizabeth’, ‘Além da Linha Vermelha’, e (especialmente) ‘O Resgate do Soldado Ryan’, seria ‘Shakespeare Apaixonado’ o vencedor do grande prêmio aquele ano. Mas sua vitória faz mais sentido se você sabe alguma coisa sobre o gigante que dominou Hollywood na década de 1990 chamado Harvey Weinstein.
Produtores recebem prêmio por ‘Shakespeare Apaixonado’ na cerimônia do Oscar em 1999 (Foto: Reprodução / YouTube)
Weinstein - que era dono do estúdio independente Miramax e apresentava filmes independentes para o grande público - era um empreendedor implacável cuja boca suja e comportamento agressivo haviam intimidado inúmeros produtores, diretores e atores durante o auge de seu reinado. E durante a temporada de prêmios em 1999, como em muitas temporadas que o precederam naquela década, Weinstein estava focado em receber um Oscar. Seu projeto naquele ano, ‘Shakespeare Apaixonado’, era o foco e ele queria tantas vitórias quanto possível. Assim, como relatado no excelente livro ‘Down and Dirty Pictures’, de Peter Biskind, Weinstein fez uma campanha furios pelo filme dentro da indústria e entre os eleitores da Academia.

Afinal, se ele tinha conseguido “forçar” os eleitores a premiar ‘O Paciente Inglês’ (1996) como Melhor Filme poucos anos antes, por que não este? O resultado? Em vez do realismo contundente de ‘O Resgate do Soldado Ryan’, de Spielberg, ou o tratado meditativo de Terrence Malick sobre a guerra em ‘Além da Linha Vermelha’, a comédia leve ‘Shakespeare Apaixonado’ ganhou não apenas como Melhor Filme e Melhor Atriz (Gwenyth Paltrow desbancou Meryl Streep, Cate Blanchett e Fernanda Montenegro), mas também nas categorias Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Original.

‘Chicago’ (2002), Melhor Filme
‘Chicago’ (2002) (Foto: Divulgação)
Um musical garante uma indicação de melhor filme no século 21. Isso soa como uma previsão para as indicações do Oscar este ano (2017), mas não era tão comum em 2003. ‘Chicago’, o musical da Broadway, tornou-se filme de grande sucesso, foi um estouro na bilheteria e um deleite para a platéia, mas seus méritos cinematográficos são, na melhor das hipóteses, questionáveis. Enquanto suas vitórias naquela noite em certas categorias não são uma surpresa (Melhor Mixagem de Som e Direção de Arte, entre outros), a categoria Melhor Filme não era esperada trazer uma estatueta para o longa.
O produtor Martin Richards com o Oscar pelo filme 'Chicago' na cerimônia de 2003 (Foto: Getty Images)
Um filme animado, ‘Chicago’ tinha como competidores: ‘O Pianista’, ‘O Senhor dos Anéis: As Duas Torres’, ‘Gangues de Nova York’ e ‘As Horas’, mas o musical acabou triunfando sobre esses filmes de grande orçamento e prestígio. E isso graças a outra campanha forte de Harvey Weinstein, ‘Chicago’ foi indicado para surpreendentes 12 categorias na 75ª cerimônia da Academia. Um enorme sucesso de bilheteria, sua arte cinematográfica era tecnicamente atraente, mas não se destacava.
Talvez tenha sido uma escolha apropriada na sequência do clima desanimador nos Estados Unidos depois de um ano difícil - incluindo uma guerra contínua no Iraque e no Afeganistão, outro desastre do ônibus espacial e uma recessão em curso - que este pedaço de escapismo conquistou O Oscar nesse ano.

Adrien Brody, Melhor Ator
Adrien Brody em 'O Pianista' (2002) (Foto: Divulgação)
Não é uma afirmação controversa dizer que Adrien Brody é um bom ator, mas que sua atuação como o músico Władysław Szpilman - que sobreviveu à ocupação nazista de Varsóvia e ao Holocausto - não foi muito boa em ‘O Pianista’ (2002). Seus concorrentes na categoria eram atores realmente lendários: Michael Caine, Nicolas Cage, Daniel-Day Lewis e Jack Nicholson. Então foi uma surpresa quando Brody ganhou, sendo ele o mais novo vencedor na categoria Melhor Ator na história do prêmio. Ao subir no palco para receber seu Oscar, ele plantou um beijo longo na apresentadora da categoria, Halle Berry, e fez eu um discurso realmente animado.
Adrien Brody na cerimônia do Oscar em 2003 (Foto: Getty Images)
E olhando para a sua concorrência, é realmente surpreendente que ele tenha ganhado: Nicolas Cage fez possivelmente a melhor performance de sua carreira em ‘Adaptação’; Daniel-Day Lewis, que foi nomeado pelo papel eletrizante como Bill "The Butcher" Cutting em ‘Gangues de Nova York’; Jack Nicholson como um aposentado em crise em ‘As Confissões de Schmidt’; E Michael Caine como um jornalista cobrindo a guerra francesa no Vietnã no início dos anos 1950 no filme ‘O Americano Tranqüilo’.

Entre os pedigrees desses atores e a força de seus trabalhos, ninguém teria adivinhado que o jovem ia sair com uma estatueta naquela noite. Na melhor das hipóteses, muitos pensaram que era uma honra ele ter sido sequer indicado.

‘Crash: No Limite’ (2005), Melhor Filme
‘Crash: No Limite’ (2005) (Foto: Divulgação)
Tem havido muitas vitórias questionáveis na categoria Melhor Filme na história do Oscar, mas nenhuma delas foi tão amplamente discutida como a vitória de ‘Crash: No Limite’. O filme - uma parábola do gênero sobre racismo - tem um grupo diversificado de personagens durante um período de dois dias em Los Angeles, em que todos eles se envolvem em conflitos interpessoais xenófobos e racistas.
O roteirista e diretor Paul Haggis, de Crash: No Limite (2005), com suas estatuetas na cerimônia do Oscar de 2006 (Foto: Getty Images)
O filme conseguiu a maioria de opiniões positivas e foi um sucesso de bilheteria, mas a sua falta de destaque na temporada de premiações sugeria que não teria muitos ganhos no Oscar no início do ano seguinte. Mas foi indicado para seis Oscars, incluindo Melhor Diretor e Melhor Roteiro. E, em uma das grandes surpresas da noite, recebeu o prêmio como Melhor Filme.

Existem algumas controvérsias em torno de sua vitória. A primeira foi o seu concorrente mais forte daquele ano, ‘O Segredo de Brokeback Mountain’, com acusações de que ‘Crash’ era uma escolha "segura" contra um filme que retratava um caso de amor gay. Além disso, foi contra outros fortes concorrentes como ‘Capote’ (pelo qual Philip Seymour Hoffman recebeu a estatueta de Melhor Ator) e ‘Munique’, de Steven Spielberg.

A segunda veio depois de revisões críticas posteriores da qualidade geral de ‘Crash’, citando caracterizações estereotipadas de raça e que, como mencionado anteriormente, era um filme mais fraco do que sua concorrência. Até mesmo o diretor do filme, Paul Haggis, declarou em 2015 que o filme não deveria ter ganho. Mas aconteceu, e ele entrou para a história como um dos mais surpreendentes e controversos vencedores da categoria principal do Oscar.

‘Argo’ (2012), Melhor Filme
‘Argo’ (2012) (Foto: Divulgação)
Ben Affleck é uma figura polarizadora: enquanto alguns apreciam seu trabalho e produção cinematográfica, outros o acham presunçoso, tendo estrelado mais filmes ruins do que bons. Talvez esta última visão seja porque Affleck tem deixado um pouco de lado seu trabalho como ator e esteja mais dedicado à carreira de diretor.
Ben Affleck na cerimônia do Oscar em 2013 (Foto: Getty Images)
Depois de dois filmes bem recebidos (‘Medo da Verdade’, de 2007, e ‘Atração Perigosa’, de 2010), Affleck resolveu dirigir o drama histórico ‘Argo’. Baseado em uma história verídica (embora fortemente dramatizada), o enredo segue uma operação da CIA para enganar autoridades iranianas a pensar que eles estão interessados ​​em produzir um filme em seu país, quando na verdade, eles usam isso como uma estratégia para resgatar americanos trabalhadores presos em Teerã no final dos anos 70 e início dos anos 80. Com a ajuda de um produtor de Hollywood, conseguem falsificar o desenvolvimento de um filme de ficção científica (o ‘Argo’ do título) e se infiltrar no país para resgatar os trabalhadores da embaixada.

Um sucesso de crítica e de bilheteria, o filme chegou ao "Top 10" de muitos críticos naquele ano. E, sorte dele, três anos antes a categoria de Melhor Filme tinha sido expandida para incluir mais de cinco indicados - agora com nove concorrentes. Sua vitória foi uma surpresa, já que os outros indicados incluíam ‘Indomável Sonhadora’, o popular ‘O Lado Bom da Vida’ (pelo qual Jennifer Lawrence ganhou de Melhor Atriz), o drama histórico de Spielberg, ‘Lincoln’ (Daniel-Day Lewis ganhou como Melhor Ator por sua interpretação do 16º presidente), As Aventuras de Pi (Ang Lee ganhou como Melhor Diretor), e ‘Django Livre’, de Quentin Tarantino (que ganhou de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante para Christoph Waltz). Contra esses filmes magistrais, o blockbuster de Affleck não parecia ter nenhuma chance, mas acabou levando a estatueta.
Embora inicialmente bem recebido, olhando para trás o filme está repleto de imprecisões históricas. Além disso, ao minimizar o papel da Embaixada do Canadá no resgate, sugerir que os governos britânico e neozelandês recusaram ajuda a CIA quando eles pediram (o que não aconteceu, pois eles apoiaram ativamente a missão) e o retrato negativo dos iranianos, o filme conseguiu ofender todos os países envolvidos. Mas isso é entretenimento: nunca deixe os fatos ficarem no caminho de uma boa história. E enquanto ‘Argo’ seja um bom entretenimento, certamente não foi o Melhor Filme daquele ano - ou de qualquer outro ano.

Fonte: 1


Nenhum comentário:

Postar um comentário