8 Motivos para o filme de sandman nunca existir

Sandman, uma amada série de quadrinhos dos anos 80 e 90, acompanha Morpheus – o Sonho – percorrendo o mundo dos sonhos, mundos mitológicos, o Inferno e muitos outros lugares numa história tão vasta e imaginativa que só pode ser acessada fora do tecido da realidade. É lógico que se trata de um enredo muito diferente de um certo ninja-morcego triste com os pais mortos e alguns bilhões de dólares, certo? Apesar de várias tentativas terem sido feitas pra adaptar Sandman pras telas, isso jamais funcionaria. E aqui está o porquê:

O material de origem é denso e mutável

Abrangendo 17 anos e 75 edições, Sandman utiliza o que pode ser considerado o percurso de enredo mais atípico, abandonando qualquer tipo de início, meio e fim tradicional de estrutura narrativa. Em vez disso, cada volume atua como uma história independente e lida com uma gama de assuntos, como o que os gatos sonham, o que acontece quando Lúcifer abandona o Inferno etc. O fio narrativo padrão de Hollywood que termina com o mal ordenadamente derrotado e o protagonista mudando pra melhor simplesmente não existe quando aplicado a esta série como um todo.

O criador de Sandman, Neil Gaiman, não acha que o projeto poderia funcionar

Fazer um filme de Sandman seria como citar um trecho de Tales From Development Hell: seria “como pegar um bebê e cortar os seus dois braços e uma de suas pernas e nariz e tentar enfiá-lo numa pequena caixa e encher o resto da caixa com carne”. Isso não é um bom ponto de partida, mas o quadrinho tem um seguimento radical, portanto, seus candidatos a produtores foram em frente e contrataram os roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio pra escrever um rascunho. Apesar de seus receios iniciais, Gaiman realmente gostou do projeto, embora o estúdio tenha achado que era impraticável, que Hollywood não teria espaço pro produto. Este projeto e uma tentativa subsequente pelo co-roteirista de Pulp Fiction: Tempo de Violência, Roger Avary, foram finalmente engavetados devido a diferenças criativas entre os escritores e o estúdio.

Quais eram essas diferenças criativas?

O produtor Jon Peters ofereceu ideias cada vez mais estranhas, que não eram apenas fora do tom dos quadrinhos, mas também eram ruins, apenas clichês de Hollywood que tinham sido feitos mil vezes. Se liga nas propostas do cara:
- Adolescentes numa festa do pijama segurando uma muamba de captura de sonhos.
- Sandman usando calças justas e uma capa e socando bandidos.
- Tinha que ter uma cena de clube de rave
- A História tinha que se passar no ano de 2000.
Uma vez que o estúdio finalmente conseguiu a versão que eles gostaram, o roteirista que escreveu isso, William Farmer, admitiu “É claro que mutilou Sandman, eu nunca negaria isso”.

No filme, a estética poderia nunca combinar com as ilustrações dos quadrinhos

As ilustrações de capa do artista Dave Mckean pro Sandman são brilhantes, criações que evocam o maravilhoso, às vezes bonito, às vezes pesadelos. Os próprios quadrinhos são igualmente imaginativos e assombrosos, mas são desenhados em tantos estilos diferentes, que não há uma estética visual singular. Também tenha em mente que, no final dos anos 90, nós estávamos em algum lugar entre o Incrível Hulk de Lou Ferrigno e o Hulk de Ang Lee como aceitáveis ​​em termos de adaptações pros cinemas de histórias em quadrinhos. Claro, houve um precedente pra cenas sobre vida após a morte ou mundo do sonhar em 1998 com Amor além da Vida. Mas, pensando bem, isso é mais uma marca contra uma adaptação cinematográfica de Sandman.

Não há nenhum vilão claramente definido

Outro problema que agrava a estrutura indefinida da narrativa é a falta de um vilão claro que só pode ser derrotado por nosso herói depois que ele aprende a acreditar em si mesmo ou qualquer outra coisa. Em vez disso, existem várias situações de não-vitória, que terminam em morte e tragédia pra muitos personagens que nunca fizeram bonecos legais pra crianças. Mesmo um personagem vilão claro como o Coríntio tem dentes no lugar dos olhos. Nenhuma criança vai pedir isso de Natal.

Não há uma donzela

Sim, Morpheus/Sonho uma vez teve um caso com uma mulher mortal. Isso provavelmente teria deixado o estúdio realmente animado, até que eles descobrissem que a história terminava com a destruição de uma cidade, a mulher sendo condenada ao Inferno e não com uma pessoa pendurada de cabeça pra baixo beijando alguém na chuva.

No final, seria tudo um sonho

Um dos erros mais flagrantes do roteiro do estúdio era o final. Depois de Morpheus ter várias brigas clichês de filmes de ação com o Coríntio ao tentar recuperar os instrumentos de seu escritório no ano de 2000 – é sério que isso está no script -, a grande revelação teria sido a de que todo o filme foi um sonho o tempo todo! Isso só pode ser ideia de alguém que não só ignorou os quadrinhos, mas também estava ativamente engajado numa campanha pra matar todos os obstinados fãs de Sandman com ataques cardíacos de raiva.

Existem planos pra desenvolver o Sandman?

Os direitos da adaptação estão atualmente com a New Line, com Joseph Gordon-Levitt anexado como um produtor/diretor e possível ator. Não há nenhuma data de lançamento, nenhum roteiro completo e nem sequer está listado no IMDb ainda, o que significa que está em estágios muito iniciais de desenvolvimento. Espero que o próximo passo do desenvolvimento seja retirar a ideia da capa.

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