Pulp Fiction é um dos filmes mais aclamados do diretor Quentin Tarantino,
mas não é por menos. O longa quebrou padrões e trouxe ao cinema
hollywoodiano uma nova perspectiva, mostrado que um filme não precisa
ser extremamente quadrado e seguir o roteiro original com início meio e
fim.
Claro que Tarantino não inventou isso,
aliás, essa narrativa existe há muito tempo no cinema, só não era tão
explorada. O filme francês “O Ano Passado em Marienbad” de 1961 dirigido
por Alain Resnais é um exemplo disso, assim como o clássico “Cidadão
Kane”, de Orson Welles da década de 40.
Pensando nessa “não-linearidade”,
resolvemos criar uma lista com 10 filmes que se aproveitam dela para
criar histórias envolventes do início ao fim, confira.
Cidadão Kane (1941) | Orson Welles
Baseado na vida do magnata das
comunicações William Randolph Hearst, conhecemos a história de Charles
Foster Kane, o homem que construiu um império a partir do nada, mas que
vivia uma vida pessoal extremamente ruim. Vencedor do Oscar de Melhor
Roteiro, é considerado um dos filmes mais importantes da história.
Rashomon (1950) | Akira Kurosawa
Japão,
século XI. Durante uma forte tempestade, um lenhador, um sacerdote e um
camponês procuram refúgio nas ruínas de pedra do Portão de Rashomon. O
sacerdote diz os detalhes de um julgamento que testemunhou, envolvendo o
estupro de Masako e o assassinato do marido dela, Takehiro, um samurai.
Em flashback é mostrado o julgamento do bandido Tajomaru, onde
acontecem quatro testemunhos, inclusive de Takehiro através de um
médium. Cada um é uma “verdade”, que entra em conflito com os outros.
O Ano Passado em Marienbad (1961) | Alain Resnais
Num
luxuoso e enorme palácio, transformado em hotel, entre corredores,
salões decorados e estátuas, um estranho tenta convencer uma mulher
casada a fugirem juntos. Ele diz conhecê-la. Diz que foram amantes.
Entretanto, parece difícil fazê-la lembrar de que tiveram um caso (ou
que não tiveram) no ano passado, em Marienbad.
O Poderoso Chefão II (1974) | Francis Ford Coppola
Durante
os anos 50, Michael Corleone está agora a frente da família e tenta
expandir seus negócios por Las Vegas, Hollywood e Cuba. Paralelamente,
conhecemos a interessante história de Vito Corleone, ainda jovem na
Sicília, em 1910, e como ele chegou a Nova York e começou a contruir o
seu império.
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977) | Woody Allen
Uma
inteligente comédia sobre um humorista judeu cheio de problemas (Woody
Allen), que se apaixona por uma cantora em início de carreira (Diane
Keaton). Vencedor de 4 Oscar importantes, como Melhor Filme, Diretor,
Atriz (Diane Keaton) e Roteiro Original.
Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) | Quentin Tarantino
Três
histórias são apresentadas de forma não cronológica e se cruzam durante
o filme. Em uma, conhecemos Vincent Vega e Jules Winnfield, dois
mafiosos que devem fazer uma cobrança. Em outra história, Vincent deve
levar a mulher de seu chefe para se divertir enquanto ele viaja, mesmo
com todos os boatos que rodeiam o caso. Em outra, Butch Coolidge é um
boxeador que deve lutar em um combate com vencedor pré-definido, mas que
surpreende a todos, vence e foge com o dinheiro da luta para provar o
seu valor, sendo perseguido logo após. Palma de Ouro em Cannes.
Magnólia (1999) | Paul Thomas Anderson
Um
filme complexo onde nove histórias de nove diferentes pessoas por uma
narrativa não-linear, aparentemente desconhecidas entre si, acabam
cruzando-se em um dia qualquer no vale de San Fernando, na Califórnia.
Amnésia (2000) | Christopher Nolan
Rapaz
que teve mulher brutalmente assassinada parte em busca de seu
criminoso. Só que ele tem um problema: após o ocorrido, ele não consegue
se lembrar por muito tempo de situações recentes, o que o deixa a mercê
de anotações e na confiança das pessoas. Primeiro trabalho de grande
expressão de Christopher Nolan, contado de uma forma bastante
interessante, de trás para a frente, utilizando na construção do filme o
modo como o personagem pensa.
Cidade dos Sonhos (2001) | David Lynch
Nas
avenidas de Los Angeles, verdade é mentira com ilusão. Em torno da
indústria do cinema, personagens vivem suas fantasias surrealistas,
desejos e esperanças frustradas, como a ingênua Betty (Naomi Watts), que
chega do Canadá para se tornar atriz. Ela cruza com Rita (Laura
Harring), que acaba de sofrer um acidente e sequer se lembra do seu
próprio nome. Betty tenta ajudá-la a descobrir quem é. Em outra parte de
Los Angeles, o diretor de cinema Adam Kesher está sendo convencido por
dois estranhos irmãos, com pinta de mafiosos, a contratar uma atriz
específica para seu filme.
Não Estou Lá (2007) | Todd Haynes
Bob
Dylan, ícone musical, poeta e porta-voz de uma geração. Sempre viveu em
constante mutação ao longo da vida, especialmente durante os anos 60.
Musicalmente, fisicamente, psicologicamente, as alterações do seu
personagem público dialogaram com acontecimentos sociais e ocasionaram
múltiplas repercussões culturais. De jovem menestrel a profeta folk, de
poeta moderno a roqueiro, de ícone da contracultura a cristão renascido,
de caubói solitário a popstar. Interpretado por seis atores diferentes,
Bob Dylan emerge de seu mundo caleidoscópico como um artista em fluxo.
Fonte: 1
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
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