Muito do cinema (ou a maioria), são
histórias ficcionais, criadas para emocionar, impressionar, cativar,
amedrontar ou divertir os espectadores. Por outro lado, algumas obras se
destinam a retratar fatos reais, histórias verídicas que aconteceram em
alguma região ou então biografias, que falam sobre a vida de alguma
pessoa. Entretanto, algumas vezes, essa linha entre ficção e realidade
ficam bastante embaçadas.
Pensando nesse fato, resolvemos trazer
exemplos extremamente clássicos – e necessários para todo bom cinéfilo –
de filmes que trabalham com essa dualidade. Confira e deixe suas
opiniões nos comentários.
Araya (1959) | Margot Benacerraf
Araya
é uma península no nordeste da Venezuela, onde fica localizada uma
antiga mina natural de sal que foi descoberta pelos espanhos há cerca de
500 anos. No ano de 1959, a mina continuava a ser explorada de forma
arcaica, com o sal sendo empilhado manualmente em grandes pirâmides
brancas. O filme revela o cotidiano de três famílias da região antes da
chegada da exploração industrial, o trabalho dos salineiros, pescadores e
de outros habitantes da área.
India: Matri Bhumi (1959) | Roberto Rossellini
Primeiro
de uma dezena de documentários rodados por Rossellini. Jean-Luc Godard
diz que o filme é o ápice do gênero, comparando com “Que viva México”,
de Sergei Eisenstein, “Tabu”, de F.W. Murnau, e com o famoso “É Tudo
Verdade”, de Orson Welles. O filme fala sobre a integração entre o homem
e a natureza, que, a partir de uma realidade documental, propõe vários
modelos de ficção.
Os Exilados (1961) | Kent Mackenzie
Considerado
um dos mais originais do cinema independente americano, o filme
acompanha por 12 horas a vida de alguns descendentes de índios nativos
americanos na cidade de Los Angeles.
Os Anões Também Começaram Pequenos (1970) | Werner Herzog
Num
mundo onde todos são anões, um grupo de jovens que moram num orfanato
estavam cansados das regras, e resolvem se rebelar. Enquanto um deles é
pego pelo diretor na fuga, os outros transformam a instituição em
completa anarquia.
Verdades e Mentiras (1973) | Orson Welles
Nesse
último filme dirigido por Orson Welles, ele desmistifica um grupo de
falsificadores. Elmyr de Hory, perito em cópias de quadros famosos, e
seu confidente Clifford, responsável pela biografia de Howard Hughes que
é lembrada como a maior falsificação da década de 70. Welles se coloca
em meio aos dois e desvenda as verdades e mentiras existentes nos
diversos tipos de arte.
Um Dia de Cão (1975) | Sidney Lumet
O
filme é baseado em eventos reais: um homem (Al Pacino) e um cúmplice
estão cercados em um banco, com os funcionários como reféns, ao tentarem
assaltá-lo. Em torno do acontecimento, que deveria durar apenas dez
minutos, mas acabou durando horas, a mídia torna tudo um evento que
tende a não acabar bem.
Todos os Homens do Presidente (1976) | Alan J. Pakula
Carl
Bernstein (Dustin Hoffman) e Bob Woodward (Robert Redford), jornalistas
do Washington Post, investigam a invasão da sede do Partido Democrata,
ocorrida durante a campanha presidencial dos EUA, em 1972. O trabalho
acabou sendo um dos principais motivos da renúncia do presidente Richard
Nixon, do Partido Republicano, em 1974. Foi o famoso escândalo de
Watergate.
Close-up (1990) | Abbas Kiarostami
A
história de Hossain Sabzian, um jovem e modesto empregado de uma
tipografia que é também um cinéfilo apaixonado pela obra do realizador
Mohsen Makhmalbaf. Hossain Sabzian se faz passar pelo diretor junto a
uma família. Quando a sua farsa é descoberta, ele é preso e julgado por
tentativa de fraude. Kiarostami visitou Sabzian na prisão e obteve
permissão para filmar o seu julgamento.
Apollo 13 – Do Desastre ao Triunfo (1995) | Ron Howard
Em
1970, a NASA envia à Lua um novo grupo de astronautas, na missão Apollo
13. Já no espaço, um tanque de oxigênio explode. Com o acidente, os
astronautas Jim, Jack e Fred não conseguem seguir para Lua. E correm o
risco de ficar sem oxigênio e energia suficientes para voltar à Terra. A
equipe a bordo e os monitores em Terra correm contra o tempo para
consertar a nave. E ainda precisam contornar o risco da nave ficar
seriamente danificada com o imenso calor na reentrada da órbita
terrestre. Os astronautas e toda a equipe responsável pela missão terão
de lutar para que não aconteça nenhuma tragédia.
Juventude Em Marcha (2006) | Pedro Costa
Ventura,
um operário cabo-verdiano que mora no subúrbio de Lisboa, é subitamente
abandonado pela sua esposa Clotilde. Ele sente-se perdido entre o velho
quarteirão no qual passou seus últimos 34 anos e seu novo endereço num
prédio de baixo custo, recentemente construído num conjunto
habitacional. Todas as pobres almas que ele ali encontra parecem se
tornar seus próprios filhos. Os cenários são as ruínas do bairro
cabo-verdiano de Fontainhas, no noroeste de Lisboa, e o novo bairro
Casal da Boba, construído pelo governo nos terrenos da maior lixeira do
país. O elenco é formado por atores não-profissionais, que desempenham
os seus próprios papéis.
Fonte: 1
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